TODOS OS TEXTOS AQUI POSTADOS TÊM DIREITOS DE AUTOR. É EXPRESSAMENTE PROIBIDO COPIAR OU COLAR QUALQUER TEXTO AQUI EXPOSTO SEM O CONSENTIMENTO DO AUTOR.

quarta-feira, 28 de abril de 2021

O MUNDO NAS VOSSAS MÃOS


O Sol que com vergonha

Se esconde atrás da Lua

Quanta fome não se esconde

Não querendo sair à rua


A dor que nos atormenta

Por mais que possa doer

Não dói mais que a injustiça

Que os olhos não querem ver


O sorriso das crianças

Com seu doce e terno olhar

São a luz que nos conduz

Para na escuridão caminhar


Com essa luz pela frente

E com a força da razão

O Mundo tem que avançar

E sair da escuridão


Crianças do Mundo inteiro

Em vós está a salvação

Sois a esperança no futuro

Neste Mundo, em destruição.



Mário Margaride 


segunda-feira, 26 de abril de 2021

VOU ABRIR... PORTAS E JANELAS

 

Rompo o silêncio que cala...

Nubloso, e cinzento

Falo com a voz da esperança

Da alegria

Rasgo horizontes perdidos

Adormecidos

Rompo o marasmo do conformismo

E da inércia

Abro portas e janelas

Para que uma nova aragem

Entre e refresque

Numa casa...

Onde o cheiro o bolor

E a melancolia

Há muito...

Se instalou

Vou abrir...

Portas e janelas

Para a claridade...

Entrar.


Mário Margaride 


domingo, 25 de abril de 2021

ABRIL


Abril...

Libertador das amarras da censura

Grito de raiva e de revolta!

Rostos sorridentes

Livres.

Porém...

Lenta e difícil democracia

Que tarda a chegar ao povo inteiro

Liberdade!

Existe com certeza

Mas falta confiança no futuro

Num país á deriva de si próprio.


Mário Margaride


sexta-feira, 23 de abril de 2021

OUTROS VENTOS


Quanta tristeza me invade o coração

Quanta amargura azeda a minha alma

Quanta melancolia me ofusca a emoção

Quanta raiva me invade, em vez de calma!


Quanto silêncio de raiva ficou mudo

Por não ter palavras para dizer

Faltam vogais consoantes falta tudo

Que na garganta a dor, teima em conter!


Neste pranto, nesta angústia, nesta dor

Navego eu perdido em alto Mar

Nas vagas à deriva, e a seu sabor

Sem vislumbrar um cais, onde aportar


Porém tento seguir outros caminhos

Outros rumos, outros ventos, outros mares

Viajarei em turbilhão sempre sozinho

Até que o vento me leve, a outros ares...


Mário Margaride 


quinta-feira, 22 de abril de 2021

O VAZIO


O vento...

Arrasta as folhas secas do chão

Onde tu estavas

Aquele lugar...

Ficou triste e melancólico

O Sol já não aquece

Esse lugar gelado

Deixado por ti

Na tua ausência...

Disperso-me

Já não penso

Divago em várias direções

Tudo é complexo, difuso

Não consigo raciocinar

Há um vazio asfixiante

Como se de repente...

Me retirassem os pulmões

Estou cansado

Extenuado

Deito-me no sofá...

E deixo-me adormecer

À noite...

O vazio de ti está lá

Na minha cama

Então aí...

Convenço-me

Que nada mais há a fazer

Acabou.


Mário Margaride

Abril-2007




segunda-feira, 19 de abril de 2021

SEREI

 

Serei a tu fonte, de inspiração

Neste vazio cinzento em que te encontras

Serei a alma, a essência, a emoção

Neste mundo de tristezas, e de afrontas.


Serei a tua força, a tua coragem

Que dentro de ti, desapareceu

A luz que te orienta, na viagem

Nesta estrada tortuosa, em apogeu.


Te guiarei no escuro, para não teres medo

Caminharemos juntos, nesse caminho

Derrubarei os muros, do teu degredo

Para voares livre, tal qual, um passarinho.


Serei o rumo, e o teu destino

Que nesta encruzilhada, percorremos

Serei a chuva, o Sol, e o desatino

Que nesta viagem de sonho, escolhemos.


Mário Margaride 



sexta-feira, 16 de abril de 2021

ESPERO VER O TEU OLHAR


Na noite escura

Do céu infinito

Sentado entre galáxias

Entre as estrelas

Cintilantes do céu

Espero que a lua

Reflita em mim

O teu olhar


Sentado nas nuvens

Adormeço...

Num sono profundo

E tranquilo

No crepúsculo da noite

Na aurora de um novo dia

Espero ver o teu olhar

Na estrela mais linda...do céu.


Mário Margaride 


quarta-feira, 14 de abril de 2021

TROVA DE UM RIO TRISTE


Pergunto ao rio que corre

Porque está triste e infeliz

Por muito que perguntemos

O rio nada nos diz


Ao percorrermos as margens

Quer para cima, quer para baixo

Pobre rio que anda triste

Sempre e sempre, cabisbaixo


Rio que sofre em silêncio

Sem fazer grande alarido

Porque outros rios maiores

Já fazem, muito ruído


Rio pequeno sem força

Com caudal pouco profundo

Já pouca importância tem

Para poder gritar ao Mundo


Outros rios com mais força

Com muitos afluentes

Juntaram as suas águas

São agora imponentes!


Pobre rio que é pequeno

E sem forças para lutar

Olha triste para as margens

Pois só lhe resta chorar...


Mário Margaride 


segunda-feira, 12 de abril de 2021

INQUIETAÇÃO

 

Gravo na pedra o meu grito

Que no silêncio suporta a minha dor

Gravo na lápide do desalento, a esperança

Deixo a porta da cela, o rancor


Não há fechadura, chave, nem grilhetas

Carrasco, guarda, ou ladrão

Há no chão, encarcerado, moribundo

O desalento, a dor, a inquietação


Aquele chão negro da tristeza

O verde da esperança pintará

Naquela cela escura, cor da morte

O sol da alegria chegará


O silêncio mudo ganha voz

E esse corpo inerte se levanta

Dando vida á morte que há em nós

Com o grito preso, na garganta!


Mário Margaride 


sexta-feira, 9 de abril de 2021

NÃO ESPERA POR NÓS


O dia nasce tranquilo... 

Em silêncio

O despertar do sono...

Acorda o torpor da madrugada

Absorta na bruma... 

E na neblina


O dia avança apressado 

Num corrupio alucinante 

Não nos deixando respirar

Com a sua voracidade 

Não deixemos que o tempo... 

No seu caminho veloz

Nos controle, nos engula 

Impiedosamente.


Não desperdicemos o tempo 

Do resto do tempo

Que nos falta

Agarremo-lo pois! 

Como se não houvesse mais tempo 

Porque ele...o tempo... 

Não espera por nós. 


Mário Margaride 



quarta-feira, 7 de abril de 2021

O OUTRO LADO


Sentei-me... 

No outro lado de mim

O outro lado

Onde não costumamos olhar

Não ligamos importância

Passa ao lado de nós

Como se não existisse

Como se fôssemos apenas um...


Mas esse lado

O outro lado de nós

É aí que reside

Toda a nossa essência

Toda a consciência de nós


Que nos faz refletir

Nas nossas interrogações

Dúvidas

Inquietações

Em toda a nossa caminhada

Em todo o nosso percurso

Neste universo complexo

Da nossa efémera existência. 


Hoje Sentei-me... 

No outro lado de mim.


Mário Margaride 


segunda-feira, 5 de abril de 2021

GRITOS SILENCIOSOS...


Junto ao rio da indiferença

Onde mergulha a desilusão

Estava deitada a quimera

Ao pé da inquietação


Junto ao vale do infortúnio

Sentada em pose de musa

Estava a tristeza, coitada!

Sozinha, muito confusa


Ao lado, estava o lamento

Trazendo o amor que fenece

De olhos semi cerrados

Pousando os braços cansados

Sobre os joelhos, em prece


Por fim, lá estava a agonia

Com a alma a sangrar

Deitada sobre um manto

Sufocada em mudo pranto

Sem vontade de chorar...


Mário Margaride 


sexta-feira, 2 de abril de 2021

FUNESTA ALEGRIA


Numa noite de alegria, como esta

Há nos copos e na farra

Um toque de tristeza... e solidão

Onde nos afogamos

Em bebedeiras sem fim

Esquece-se então os problemas

Esvaía-se a solidão...


Tudo é euforia!

Onde mais nada existe em nossa mente

Qual nuvem negra...

Que escurece o nosso pensamento

E o torna obscuro, e oco...


Ah, funesta alegria!...


Que alimentas falsas ilusões

Em muitos corações amargurados

E fazes com que homens malfadados

Tenham o princípio... do seu fim.


Mário Margaride