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segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Meu Veleiro de mil cores

Minha voz ficou presa

No pranto que não tive

Lavo-me em lágrimas

Pela tua indiferença


Navego no meu Veleiro de mil cores

Despejo as lágrimas da desilusão

No mar da minha esperança


Por mares turbulentos naveguei

Enfrentei tempestades, e adamastores

Ancorarei em porto seguro

O meu Veleiro de mil cores 


Pegarei seu leme

Desfraldarei suas velas

Navegarei por mares revoltos

Deixarei que ventos e marés

O levem ao cais...

Da minha esperança.


Mário Margaride




sábado, 28 de novembro de 2020

QUANTAS VEZES, QUANTAS...


Quantas vezes, quantas…

Nos colocam muros, e barreiras

Quantas vezes nos mentem



Quantos amores se perdem

Antes de os encontrarmos

Quantas vezes, quantas…



Quantas vidas destruímos

Quantos desgostos choramos

Quantas vezes, quantas…



Quantas vezes encontramos

Olhares que nos fitam, que sorriem

Quantas vezes, quantas…



Quantas vezes os ignoramos

Por medo, ou desconfiança

Quantas vezes, quantas…



Quantos nos julgam de imediato

Sem nos ouvirem, nem conhecerem

Quantas vezes, quantas…



Quantas vezes se dizem nossos amigos

E nos traem

Quantas vezes, os que ajudamos a levantar

Nos deitam ao chão

Quantas vezes, quantas…



Quantas vezes somos duros, implacáveis

Egoístas, arrogantes, insensíveis

Quantas vezes, quantas…



Quantas vezes gostaríamos, de perdoar

E não o fazemos

Quantas vezes, quantas…



Quantas vezes nos olhamos ao espelho

E temos vergonha do que vemos

Quantas vezes, quantas…



Quantas vezes queremos sorrir

E choramos

Quantas vezes, quantas…



A vida…é cheia de quantas vezes.



Mário Margaride




quarta-feira, 25 de novembro de 2020

TE ESPEREI


Te esperei…

Com o coração vestido de ansiedade

Que um dia irias chegar

Colori o meu mundo com mil cores

Pedi aos pássaros, a todas as flores

Para cantarem uma linda melodia

E os pássaros e as flores cantaram

E suas vozes ecoaram

As mais lindas canções de amor…

Pedi ao vento

Que te trouxesse na sua brisa

E te esperei…

Com esperança e certeza

Que um dia tu virias…

E com doçura colherias

Tudo quanto semeei!


Mário Margaride



segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Pudera eu ser

 

PUDERA EU SER


Pudera eu ser mar, poderoso e forte

Que nada teme, na sua vastidão imensa!

Pudera eu ser pedra que não ri nem pensa

Pudera eu ser vento, ser o vento norte!


Pudera eu ser trovão, com o seu poderio

Ser luz, ser sol, que ilumina a alma!

Uma alta montanha, um imenso rio

Trazer no seu leito, o amor, a calma…


Pudera eu ser mundo, enorme, imenso…

Tufão, poderoso, que arrasa, intenso!

Ser água que lava, o ódio, a miséria…


Ser fogo que aquece, a alma, o coração

Ser luz que ilumina, o amor, a paixão

Ser por fim…juiz, com justiça…séria!


Mário Margaride 



sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Silenciosamente

 Muitas vezes...

Contemos as lágrimas que nos doem

Que nos ferem

Contemos prantos sufocados

Com o nó na garganta

Gritamos em silêncio

Para não acordarmos a dor

Que dorme

Silenciosamente...

Dentro de nós.


Mário Margaride



quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Todos os dias

Todos os dias são dias de tudo

Onde tudo acontece

As sombras emergem

As amarras se apertam

O sol desaparece

O mar se agiganta

O vento fustiga

A chuva aparece.


E então num instante...

Mesmo que não esperemos

Tudo vira ao contrário

O que outrora era pedra

Num toque de magia

Vira diamante.


E assim são os dias

Os meses os anos...

Em que isto acontece

Porque somos humanos!


Mário Margaride






domingo, 15 de novembro de 2020

Noite

Sento-me na cama...

E adormeço

O cansaço me devora

A rotina dos dias...

Absorve a minha mente

Devastando o meu corpo frágil

Perdido entre os lençóis amarrotados

Deixando-se adormecer...

Neste limbo em que me encontro

O sono e a noite...

Tomam conta de mim.


Mário Margaride



quinta-feira, 12 de novembro de 2020

No ventre do teu mar sem fim

 


Gostava de te ter aqui 

Sentada no colo do vento

Onde o barulho não se ouve

E a dor não se sente

Gostava de estar aí

No ventre do teu mar sem fim

Mergulhar nas tuas ondas

E deixar-me flutuar

Ao sabor da maré

Que me levará ao infinito do tempo

Do tempo que o tempo

Nunca poderá alcançar.


Viajar através do sol

Que nasce no horizonte dos sonhos

No mar das ilusões

Onde as sereias cantam

Canções de embalar

Onde adormeço

Num sono sem fim

Onde um cavalo alado

Me levará

Até ao jardim verdejante

Onde unicórnios azuis

Galopam livremente

Em cavalgadas compassadas

Pelas planícies da esperança


Mário Margaride



segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Sou



Sou tempestade de areia

Que no deserto se agita

Sou a voz que não se ouve

Mas que fala, mas que grita.


Sou a voz da consciência

Que acorda moribundos

Sou a luz da minha sombra

Que brilha entre dois mundos.


Sou a outra parte de mim

Que há muito de mim fugiu

Sou o eu, que em mim habita

Que nunca de mim saiu.


Sou a árvore que renasce

Da raiz da minha morte

Sou a força da inércia

Que dá outro rumo ao norte.


Sou a dor que dói em mim

Sou a outra face da lua

Sou o cavaleiro andante

Que em seu cavalo, flutua.


Mário Margaride



sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Quando

 


Quando, sem haver prévias palavras

Se partilham as mesmas sensações

Se vivenciam semelhantes emoções

Mesmo que as vidas decorram separadas.


Basta um sorriso, um gesto ou um olhar

Para que haja, entre afins, entendimento

E comunguem do mesmo pensamento

Sem precisarem, sequer, de o formular.


E a maior evidência ocorre quando

Existe tanta e tal cumplicidade

Que agem em total conformidade

Como quem vive dançando o mesmo tango.


Mário Margaride




quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Não deixemos que impeçam

 

Nas escadas

Que temos que subir

Para chegarmos ao cimo

Ao cume

Há degraus que faltam

Que não existem

Que nos dificultam a subida.

Por vezes...

Nos desencorajam

Nos demovem

De continuarmos nessa subida

Nessa epopeia

De subirmos ao topo

Ao cimo da montanha.

Esses degraus que faltam

Que não existem

Não deixemos que impeçam

A nossa vontade

A nossa determinação!

De conquistarmos o topo

O teto

Da nossa felicidade.


Mário Margaride



segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Recordações

 

Fui alguém, que não dançando, dançou

E fui quem passou momentos tais...

No corpo e na alma tão reais...

É quem o som da música, em mim ficou.


Tantas canções ouvi, que me encantaram!

Muitas dancei, lindas demais...

Outras tristes, sofridas, sempre iguais

Que dentro dos meus ouvidos, lá ficaram.


Melodias, que no meu disco, gravei

No sótão das recordações, guardei

Canções que nas quais eu me revi...


Neste disco de memórias, intemporais

Que a música se propaga, nos anais

Nas danças que dancei...e que vivi...


Mário Margaride