Gosto do gosto dos teus lábios
Molhados, sensuais...
Adoro o teu corpo esbelto
Que estremece, quando toco
Gosto das tuas ancas
Finas, sedutoras...
Adoro o teu cheiro
A rosas perfumadas
Gosto quando sorris
Teu rosto se ilumina
E o teu olhar...me enfeitiça
Penetrante, mas terno
Gosto das tuas mãos
Brancas...e finas
Que sabem acariciar
Deslizando suavemente...
Pelo meu corpo
Toda tu... és o meu sonho
Que um dia, que um dia...
Se tornará realidade
Numa qualquer...dimensão.
Mário Margaride
Quando as luzes se apagam
E a noite chega...
Tudo se esvanece na madrugada absorvente
Tragando no seu seio
O torpor do iminente stress
Que nos devora
Na rotina diária
Da nossa existência
O sono e o sonho...
Aparecem como drogas
Impedindo-nos de pensar
Pesadelo?
Ou não!
Anestesiado o nosso corpo
E o nosso pensamento
Qual heroína
Entrando nas veias
Devassando a nossa mente
Atirando-nos para um gueto
À margem de tudo que nos rodeia
Não durmam!
Não sonhem!
Não se desliguem da realidade
Pensem!
Lutem!
Contra o marasmo do existencialismo passivo
E sedentário
Esperando...
Que tudo aconteça
Absortos
Num sono profundo.
Mário Margaride
Ouço o eco dos meus passos...
Num caminhar solitário
E sereno
Ouço o meu querer...
Querendo
Num sussurro leve, e doce
Sinto as entranhas...
Fervilhando de emoção
Num mar de sensações
Indescritíveis...
Ouço o coração a bater...
Desordenado
Sinto os meus sentidos...
Sentindo
Embriagando-me
No torpor das emoções
Ouço o eco dos meus passos....
Dentro de mim.
Mário Margaride
Quando estás triste
A tua alma parece tão pequena
E achas que amar não vale a pena
Abre o teu coração.
E quando a solidão te alcançar
E a noite chegar
Não desesperes!
Abre o teu coração
E para que esse coração
Se feche ou abra
Depende apenas, e só de ti.
Por isso
Deita fora as mágoas e tristezas
Guarda apenas doces recordações
Verás…tenho a certeza!
Que a ternura e a beleza
Irão de novo fluir.
E sabes!
Nesse teu coração revigorado
Haverá alguém a teu lado
Para voltares de novo…a sorrir.
Mário Margaride
Tempos que passei, que já lá vão...
Onde o amor corria como o vento
Tempos de paixão, de sonho, de alento...
Onde os beijos se trocavam, com fervor
Fui feliz, amei, nunca esqueço!
Tempos que sempre recordarei...
Porém, sofri, chorei, só eu o sei
Cicatrizes cá ficaram, foi o preço...
Fecho os olhos e sonho, nos momentos
Apesar de ter passado por tormentos
Fui feliz na paixão e no amor...
Recordando o sabor dos lábios teus...
Em que teu corpo e alma eram só meus
Onde o amor flutuava...com ardor...
Mário Margaride
Vasculho nas margens
Do tempo...
Uma nesga
Um espaço
Uma miragem
Procuro na vanguarda do vento...
Espaço para sorrir
E sonhar
Sussurro ao tempo...
Que me indique o caminho
No qual veja o sol
E as estrelas
A estrada é longa
Infindável
Mas o impossível
Se torna possível
Se quisermos sonhar...
Mário Margaride
Como gostaria de ser pássaro
Voar por entre as nuvens
Rasgar os céus, ser livre...
Ir ao encontro do infinito
Ver as estrelas, os cometas
Pousar na lua
Depois...
Passear por todos os planetas do Universo
Marte, Júpiter, Saturno, Plutão...
Levar-te comigo sobre as asas
E acamparmos junto ao Sol
Depois...
Voariamos no regresso...
Rente ao mar
Pousariamos na areia
Para ali ficarmos
Deitados, abraçados...
Com nossos corpos rolando
Sucessivamente...
Até finalmente...
Adormecermos
Cansados, saciados, felizes...
Como gostaria de ser pássaro.
Mário Margaride
Loucos são os ventos
Que dentro de mim sopram
Sem parar.
Loucas são as noites
De insónias constantes
Onde o amor se instala
Me inquieta
Me alimenta
Me faz sonhar acordado.
Loucos são os dias
Que em noites de insónias
Me esperam
Não me deixando dormir.
Loucas são as águas
Que afundam as mágoas
As inquietações, as incertezas
Lavando-as.
Louco, eu sou...
Por te amar!
Mário Margaride
Deslizo pelo teu corpo, em silêncio...
Não quero acordar-te
Observo-te no teu sono
Suave...e tranquilo
Os teus cabelos, longos...
Cobrem teus ombros frágeis
De pele macia
Teu rosto...
Escultura do artista
Belo...e encantador
Teus olhos
Agora fechados
Duas pérolas cintilantes
Quando olham nos meus
Teus lábios... veludo
Pedindo que os beije
Longamente...
Apaixonadamente
Teu pescoço, teus seios...
... teu ventre...
Gruta do amor, onde me perco...
Tuas coxas...
Esbeltas, de pele macia
Me devoram o olhar
Devagarinho...deito-me a teu lado
Não quero acordar-te
Quero ficar a olhar-te
A contemplar-te
E adormecer juntinho a ti.
Mário Margaride
Penduro na janela
Os meus sonhos
Esperando que o vento
Os leve até ti
Sonhos de todas as cores
Com as mais belas
E lindas flores
Que existem no meu jardim.
Penduro na janela
Os meus sonhos
Sonhos que voam
No universo
Buscando a essência de ti
E comigo te levar
Para o paraíso de nós
Me inebriar no teu perfume
E contigo adormecer…
Nos teus lábios…ir beber
O néctar do nosso amor
Depois…
Num abraço imenso, profundo…
Atravessamos o mundo
Envoltos na essência de nós
Fazendo, que o coração
Expluda de emoção!
Num beijo de amor…
Fecundo.
Mário Margaride
