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segunda-feira, 3 de maio de 2021

SOMBRA QUE PASSA


É aquele que nasceu em noite escura 

Que viaja em solidão buscando o norte

Num vai e vem constante, sem passaporte

O eterno sonhador...que anda iludido...


Subindo o rio acima, estarrecido

E que a amargura da vida, o fez mais forte... 

Não desistindo de procurar, a sua sorte... 

Sempre lutando, mesmo que incompreendido!...


É sombra que passa e ninguém vê... 

E que muitos chamam de ilusão 

Que muitas vezes parece, não ter chão 

Sem motivo, razão, ou porquê... 



Mário Margaride 




quarta-feira, 28 de abril de 2021

O MUNDO NAS VOSSAS MÃOS


O Sol que com vergonha

Se esconde atrás da Lua

Quanta fome não se esconde

Não querendo sair à rua


A dor que nos atormenta

Por mais que possa doer

Não dói mais que a injustiça

Que os olhos não querem ver


O sorriso das crianças

Com seu doce e terno olhar

São a luz que nos conduz

Para na escuridão caminhar


Com essa luz pela frente

E com a força da razão

O Mundo tem que avançar

E sair da escuridão


Crianças do Mundo inteiro

Em vós está a salvação

Sois a esperança no futuro

Neste Mundo, em destruição.



Mário Margaride 


segunda-feira, 26 de abril de 2021

VOU ABRIR... PORTAS E JANELAS

 

Rompo o silêncio que cala...

Nubloso, e cinzento

Falo com a voz da esperança

Da alegria

Rasgo horizontes perdidos

Adormecidos

Rompo o marasmo do conformismo

E da inércia

Abro portas e janelas

Para que uma nova aragem

Entre e refresque

Numa casa...

Onde o cheiro o bolor

E a melancolia

Há muito...

Se instalou

Vou abrir...

Portas e janelas

Para a claridade...

Entrar.


Mário Margaride 


domingo, 25 de abril de 2021

ABRIL


Abril...

Libertador das amarras da censura

Grito de raiva e de revolta!

Rostos sorridentes

Livres.

Porém...

Lenta e difícil democracia

Que tarda a chegar ao povo inteiro

Liberdade!

Existe com certeza

Mas falta confiança no futuro

Num país á deriva de si próprio.


Mário Margaride


sexta-feira, 23 de abril de 2021

OUTROS VENTOS


Quanta tristeza me invade o coração

Quanta amargura azeda a minha alma

Quanta melancolia me ofusca a emoção

Quanta raiva me invade, em vez de calma!


Quanto silêncio de raiva ficou mudo

Por não ter palavras para dizer

Faltam vogais consoantes falta tudo

Que na garganta a dor, teima em conter!


Neste pranto, nesta angústia, nesta dor

Navego eu perdido em alto Mar

Nas vagas à deriva, e a seu sabor

Sem vislumbrar um cais, onde aportar


Porém tento seguir outros caminhos

Outros rumos, outros ventos, outros mares

Viajarei em turbilhão sempre sozinho

Até que o vento me leve, a outros ares...


Mário Margaride