São lindas as cores da Primavera
no canteiro que nasceu dentro de mim
as flores desabrocham sorridentes
com o belo perfume de jasmim.
As pessoas sorriem e se libertam
das nuvens que pairam pelo ar
respirando alegremente a Primavera
exaltando em nós, o verbo amar.
Brindemos ao amor e á alegria
deixemos a tristeza pelo chão
desfrutemos em uníssono a Primavera
que nos enche de alegria, o coração.
Mário Margaride
29-02-2024
Beijos e abraços!
Viajando na estrada poeirenta
onde o sol não ilumina
a negra terra cor da morte
veem-se despojos carcomidos
de seres humanos abandonados
cruelmente à sua própria sorte.
No chão queimado
pelo fogo da prepotência
e da petulância
jazem inertes
as carcaças ressequidas
pela guerra, pela fome
pela injustiça...
...pela ignorância.
Mário Margaride
25-02-2024
Procuro nos muros que tombam
pedaços inteiros
da vergonha de nós.
Pisamos vestígios da decência
que tombaram perdidos
na valeta do esquecimento.
Procuro nos escombros da desgraça
partículas perdidas
que façam renascer
a decência de nós.
Mário Margaride
19-02-2024
Beijos e abraços!
Não deixemos
que nas nossas entranhas
vagueiem "vitaminas" contaminadas
envenenando as nossas artérias
o nosso sangue, as nossas células
onde ilusões as penetram
escavando o nosso raciocínio
impedindo o nosso pensamento
de livremente pensar.
Funestas utopias
que circulam na nossa mente
minando a nossa racionalidade
no universo visceral
das nossas emoções.
Nefasta contaminação
que invade e confunde o nosso pensamento
deixando-o à mercê de quimeras
com enganadoras primaveras
minando a nossa razão.
Mário Margaride
18-02-2024
Idealizamos o leitor perfeito
infinitamente melhor
superior a nós
nas nossas leituras interiores.
Para ele escrevemos
mesmo que seja uma utopia
que não exista.
É impossível deixar de sentir
que se esconde entre o silêncio
onde moram as palavras
no universo das emoções.
Talvez ao insistirmos
neste exercício solitário
de construir palavras
por vezes indecifráveis
o leitor que imaginamos
acorde nalgum momento
mas nessa altura
já não é necessário
porque afinal
as palavras se leem a si próprias.
Mário Margaride
