São noites frias de inverno
São os ventos a soprar
São os sóis que não se veem
do outro lado do mar.
São as dores que não se sentem
São os silêncios que gritam
São os corpos que vegetam
São os olhos que os fitam...
São vidas que se desprezam
São amores que se escondem
São cicatrizes que ficam
sempre vivas, nunca morrem.
Mário Margaride
08-12-2023
Há marcas que jamais desaparecem
que o tempo se encarrega de fazer
neste caminho carregado de obstáculos
que nos alegram, ou fazem sofrer.
Cicatrizes que ficam em nós
tatuagens de todas as cores
neste livro que encerra as mensagens
no universo dos nossos amores.
Há em nós uma fita do tempo
que grava nas águas que passam
deixando neste rio onde estamos
nas ondas que emergem e nos abraçam.
São as marcas que ficam em nós
sinais intensos e profundos
que em nós vagueiam e cantam
canções de diferentes mundos.
Mário Margaride
07-12-2023
Beijos e abraços!
Por onde anda o Amor?
que o vejo tão distante
tão arredado de nós
mal se ouve a sua voz
que sentimento frustrante.
Procura-se esse amor
aquele sentimento profundo
para unir a humanidade
da tristeza que há no mundo.
Amor...
que anda perdido, vagabundo
se refugia no degredo
da maldade que há no mundo
nas catacumbas do medo.
Amor...
que tanta falta tu fazes
nos corações dos algozes
que têm ouvidos surdos
ignoram todo o horror
os gritos de tanta dor
que ecoam em nossas vozes...
Por onde anda o amor?
Mário Margaride
03-12-2023
O sol se esconde
nas nuvens da tristeza
os ventos sopram
em todas as direções
levando para bem longe
as partículas do amor.
Caem no chão feridas
as mãos que nos uniam
com laços de harmonia
e fitas verdes de esperança
em sã convivência dia a dia.
Os trovões da guerra
ecoam pelos ares
como um tsunami devastador
transformando em ruínas e pó
as raízes do amor.
O sol se esconde
nas nuvens do desalento
transformando o sol de cada dia
em noites longas de tormento.
Mário Margaride
30-11-2023
Beijos e abraços!
São tantas as incertezas
que vagueiam em nós.
Assaltam-nos lágrimas de inquietação
que escorrem impiedosamente
pelas margens fustigadas
das nossas emoções
onde mergulham dilaceradas
no mais profundo mar...
...das nossas frustrações.
Os céus se cobrem de nuvens negras.
Ventos fustigam fortemente
os muros que suportam
a bondade, a solidariedade
o respeito pelo ser humano
abanando violentamente a sua solidez
fazendo desmoronar os alicerces
da fraternidade e do amor.
São tantas as incertezas
que fazem sangrar de dor...
...os nossos corações.
Mário Margaride
26-11-2023
