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quarta-feira, 7 de abril de 2021

O OUTRO LADO


Sentei-me... 

No outro lado de mim

O outro lado

Onde não costumamos olhar

Não ligamos importância

Passa ao lado de nós

Como se não existisse

Como se fôssemos apenas um...


Mas esse lado

O outro lado de nós

É aí que reside

Toda a nossa essência

Toda a consciência de nós


Que nos faz refletir

Nas nossas interrogações

Dúvidas

Inquietações

Em toda a nossa caminhada

Em todo o nosso percurso

Neste universo complexo

Da nossa efémera existência. 


Hoje Sentei-me... 

No outro lado de mim.


Mário Margaride 


segunda-feira, 5 de abril de 2021

GRITOS SILENCIOSOS...


Junto ao rio da indiferença

Onde mergulha a desilusão

Estava deitada a quimera

Ao pé da inquietação


Junto ao vale do infortúnio

Sentada em pose de musa

Estava a tristeza, coitada!

Sozinha, muito confusa


Ao lado, estava o lamento

Trazendo o amor que fenece

De olhos semi cerrados

Pousando os braços cansados

Sobre os joelhos, em prece


Por fim, lá estava a agonia

Com a alma a sangrar

Deitada sobre um manto

Sufocada em mudo pranto

Sem vontade de chorar...


Mário Margaride 


sexta-feira, 2 de abril de 2021

FUNESTA ALEGRIA


Numa noite de alegria, como esta

Há nos copos e na farra

Um toque de tristeza... e solidão

Onde nos afogamos

Em bebedeiras sem fim

Esquece-se então os problemas

Esvaía-se a solidão...


Tudo é euforia!

Onde mais nada existe em nossa mente

Qual nuvem negra...

Que escurece o nosso pensamento

E o torna obscuro, e oco...


Ah, funesta alegria!...


Que alimentas falsas ilusões

Em muitos corações amargurados

E fazes com que homens malfadados

Tenham o princípio... do seu fim.


Mário Margaride 


quarta-feira, 31 de março de 2021

PENSO EM TI


Penso em ti

E relembro as palavras, os gestos, os sorrisos

Folhas de um livro desfeito 

Caídas, uma a uma, na minha mão 

Traços dispersos, de uma pintura inacabada 

Fios de luz, com que a memória me compensa 

E torna mais suave, a solidão... 


Recordando... 

Ignoro a realidade, e o ritmo dos dias

De ontem...faço hoje, e amanhã 

Prolongo o que foi ontem...adio o fim. 


Nesta troca de tempos, busco um tempo 

Em que a emoção que persiste, esmoreça 

E finalmente, morra em mim. 


Mário Margaride