O inverno chega como quem sussurra
não pede licença, apenas se instala
entre o frio que aperta e a luz que escorre
traz um tempo próprio, que tudo abala
Há virtude na brancura que desacelera
no sopro gelado que obriga a parar
como se o mundo inteiro, por inteira era
pedisse um instante só para respirar
Mas há também a sua estranha densidade
o peso das manhãs que custam a nascer
a sombra que cresce na tarde que invade
e a alma que aprende outro modo de ver
No entanto, é justamente nessa contradição
que o inverno tece o seu mais belo sentido
ensina-nos força ao provar a contenção
e revela calor no que antes era esquecido
O inverno é ciclo, pausa e resistência
é abraço guardado, chá quente, espera
é lembrança viva de que a existência
também floresce na estação austera.
Mário Margaride
Feliz fim de semana!
Beijos e abraços!
Es un recordatorio vivo de que la existencia
ResponderEliminartambién florece en la estación austera. ¡Me encanta, Mario! Una poesía muy bonita.
Un abrazo y buen día.
También hay una nueva entrada en mi blog.