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domingo, 13 de julho de 2025

A VERDADE DA MENTIRA

  

Na dança tênue dos olhares

num gesto falso de ternura

a mentira veste trajes claros

como quem fala com doçura

 

Não grita, não chega violenta

ela sussurra em tons de flor

mas por trás das meigas palavras

há um espinho que provoca a dor

 

Ela molda rostos

cria máscaras

modela amores

forja fé

e na mesa posta das palavras

é o pão seco com café

 

E no espelho da consciência

a verdade ainda tenta falar

mas o ser humano, na sua imprudência

prefere o silêncio, a confrontar.

 

Mário Margaride

10-07-2025


sexta-feira, 11 de julho de 2025

QUANDO O MEU SOPRO DE VIDA SE APAGAR

                     

             Quando o meu sopro de vida se apagar

não chorem

ergam vossas taças de alegria

cantem canções de esperança

cubram a tumba com meus versos

que ficarão para sempre na lembrança

 

Quando o meu sopro de vida se apagar

não quero lágrimas de dor

quero simplesmente que se lembrem

que tentei sempre a quem amo, dar amor.

 

Mário Margaride

09-07-2025

Feliz fim de semana!

Beijos e abraços!

domingo, 6 de julho de 2025

RUA DA LUXURIA ONDE MORA A INVEJA

 

Na calçada empedrada

da rua onde mora a luxúria

mora ao lado a inveja

onde o seu mesquinho

acutilante

e asqueroso olhar

observa com cobiça

corpos em desvario lascivo

onde a luxúria se impõem

 

Ah, inveja impiedosa

que mordes os lábios

ranges os dentes

dás murros no chão!

 

Descansa, megera asquerosa

podes ferver e rugir

na rua por onde tu passas

cuspindo inveja aos molhos

pois a gente que lá passa

tem de ti, tamanho nojo

que ninguém te presta atenção.

 

Mário Margaride


sexta-feira, 4 de julho de 2025

SILÊNCIO QUE GRITA

  

No canto escuro da alma calada

há um eco mudo que não quer cessar

um vazio frio, de estrada fechada

onde o tempo insiste em não passar

 

O riso alheio soa distante

como um sonho que não quis voltar

e a presença ausente é constante

como sombra que insiste em ficar

 

As palavras morrem na garganta

sem plateia, sem cena, sem voz

e o coração

mesmo quando canta

só repete um refrão sem nós

 

A solidão não pede licença

invade os dias, as noites, as horas

lenta e cruel

pinta o céu de cinza e ausência

e faz do abrigo um frio papel

 

Mas grita

ah, sim, ela grita

com silêncio que ninguém vê

e na alma

tão ferida e aflita

ela esconde

o que ninguém quer saber.

 

Mário Margaride

Feliz fim de semana!

Beijos e abraços!

segunda-feira, 30 de junho de 2025

COMO UMA BORBOLETA

  

Como Borboleta à solta

voo livre como o vento

tal como as minhas palavras

 

Mesmo sem rimas nem verso

escrevo o que sinto e penso

 

Sei muito bem que as palavras

são às vezes como espadas

que podem ferir bem fundo

algumas sensibilidades

 

Mas deixem-me dizer, convictamente

que para mim é indiferente

que a alguns pouco agrade

esta minha forma de ser

 

E sei que a minha escrita

nem sempre estará de acordo

com as convenções instaladas

 

Por isso, como ser livre

que pensa pela sua cabeça

escreve o que lhe vai na alma

 

É assim que sou e serei

neste palco das palavras

onde o sentir é senhor

 

Umas vezes brilha o sol

outras há escuridão de breu

 

A vida tem estes contrastes

o belo e triste em confronto

e as palavras aí estão

para os pôr em contraponto

 

                 Nesta minha divagação

pela minha forma de ser

assim continuarei nesta vida

a sentir as emoções

escrevendo como sei

as suas contradições.

 

Mário Margaride