Este Rio que em mim corre sem parar
De águas turvas lamacentas sem ter fim
Meu corpo jaz inerte, ao luar
Dentro deste silêncio, de marfim
Nas margens deste rio que sustento
Despidas de existência coexistem
A alma, a vontade, e o desalento
Que não sei porquê, ainda persistem
Este Rio que afunda a minha alma
Não lava porém a minha dor
Nem este silêncio mudo me dá a calma
Nem a penumbra da tristeza...me dá amor.
Mário Margaride