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segunda-feira, 12 de abril de 2021

INQUIETAÇÃO

 

Gravo na pedra o meu grito

Que no silêncio suporta a minha dor

Gravo na lápide do desalento, a esperança

Deixo a porta da cela, o rancor


Não há fechadura, chave, nem grilhetas

Carrasco, guarda, ou ladrão

Há no chão, encarcerado, moribundo

O desalento, a dor, a inquietação


Aquele chão negro da tristeza

O verde da esperança pintará

Naquela cela escura, cor da morte

O sol da alegria chegará


O silêncio mudo ganha voz

E esse corpo inerte se levanta

Dando vida á morte que há em nós

Com o grito preso, na garganta!


Mário Margaride 


sexta-feira, 9 de abril de 2021

NÃO ESPERA POR NÓS


O dia nasce tranquilo... 

Em silêncio

O despertar do sono...

Acorda o torpor da madrugada

Absorta na bruma... 

E na neblina


O dia avança apressado 

Num corrupio alucinante 

Não nos deixando respirar

Com a sua voracidade 

Não deixemos que o tempo... 

No seu caminho veloz

Nos controle, nos engula 

Impiedosamente.


Não desperdicemos o tempo 

Do resto do tempo

Que nos falta

Agarremo-lo pois! 

Como se não houvesse mais tempo 

Porque ele...o tempo... 

Não espera por nós. 


Mário Margaride 



quarta-feira, 7 de abril de 2021

O OUTRO LADO


Sentei-me... 

No outro lado de mim

O outro lado

Onde não costumamos olhar

Não ligamos importância

Passa ao lado de nós

Como se não existisse

Como se fôssemos apenas um...


Mas esse lado

O outro lado de nós

É aí que reside

Toda a nossa essência

Toda a consciência de nós


Que nos faz refletir

Nas nossas interrogações

Dúvidas

Inquietações

Em toda a nossa caminhada

Em todo o nosso percurso

Neste universo complexo

Da nossa efémera existência. 


Hoje Sentei-me... 

No outro lado de mim.


Mário Margaride 


segunda-feira, 5 de abril de 2021

GRITOS SILENCIOSOS...


Junto ao rio da indiferença

Onde mergulha a desilusão

Estava deitada a quimera

Ao pé da inquietação


Junto ao vale do infortúnio

Sentada em pose de musa

Estava a tristeza, coitada!

Sozinha, muito confusa


Ao lado, estava o lamento

Trazendo o amor que fenece

De olhos semi cerrados

Pousando os braços cansados

Sobre os joelhos, em prece


Por fim, lá estava a agonia

Com a alma a sangrar

Deitada sobre um manto

Sufocada em mudo pranto

Sem vontade de chorar...


Mário Margaride