Lembras-te daquele dia em que o amor
Corria entre nós dois como um corcel
E desenhava em ti todo o langor
Fazendo da tua pele o meu papel?...
E de quando, meigamente e devagar
Tão devagar como quem levanta um véu
Roçaste os meus lábios e, ao beijar
Me disseste a tua boca é o meu céu!...
Carícia em que me entrego, em que me dou
E ganho asas, com o teu desejo...
Sabes que o teu desejo...em mim ficou
Como são largos os céus em que me lança
E onde invento carícias que em ti deponho...
E quando a minha alma a tua alcança
Ouço a tua inspiração que é o meu sonho!
Afundando-me no mar do teu desejo
Tão fundo quanto a volúpia me permite
E atingido o vórtice, que eu sinto e vejo
Que a tua satisfação...é o meu limite.
Mário Margaride