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domingo, 14 de dezembro de 2025

O AMOR QUE NÃO O FOI

                                      

                  O amor não grita quando morre

ele se desfaz em silêncio

feito porcelana fina

que racha aos poucos

nas mãos de quem ainda acredita


Vai perdendo cor nos dias comuns

no abraço que não vem

no olhar que passa reto

na palavra que falta

quando mais era preciso ficar


Amar sozinho cansa

cansa oferecer cuidado

e receber ausência

cansa estender a alma

e sentir que ninguém a segura


Sem carinho, o amor esfria

sem devoção, ele duvida

sem respeito, ele encolhe

sem compreensão, ele se parte

em pedaços pequenos demais

para serem colados


E mesmo assim, cada fragmento

ainda lembra o que poderia ter sido

um lugar seguro

um nós inteiro

um amor que não precisasse pedir

para ser amado.



Mário Margaride


 

4 comentários:

  1. Gostei de ler este poema tão sensível.
    A minha leitura em poucas palavras: amor fragilizado, precisa de cuidado para não se partir.
    Boa noite 😘

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  2. Olá, amigo Mário!
    Poema cheio de sentido.
    Você está numa fase muito boa, decidindo temas relevantes.
    Gostei muito do enredo e de como você o conduziu.
    Tenha dias de dezembro abençoados!
    Beijinhos fraternos

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  3. Profundo poema. Lo que uno desea y lo que pudo ser a veces duele tanto como el amor. Te mando un beso.

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  4. Mario, hermoso poema, el amor hay que cuidarlo, mimarlo todos los días para que florezca con fuerza.
    Siempre es una delicia leerte Poeta.
    Besos Mario

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