Trazemos guerras nos bolsos da memória
é verdade
mas trazemos também sementes
e às vezes basta uma mão aberta
para que a esperança encontre solo fértil
Contradizemo-nos muitas vezes
erguemos muros com a mesma pressa
com que sonhamos pontes
tememos o outro
e ainda assim procuramos o seu olhar
para reconhecer o nosso caminho
Mas há um rumor suave
que atravessa os séculos
o desejo de paz
tímido, persistente
que brota na conversa
no gesto inesperado
no instante em que alguém decide ouvir
Somos imperfeitos
mas não irremediáveis
E se a história nos pesa
também nos empurra para a frente
para a mesa onde antigos inimigos
descobrem que partilham a mesma sede
de um amanhecer diferente
No fim, talvez seja assim
entre contradições e tropeços
vamos aprendendo, devagar
que a paz não é um monumento
é caminho
e que cada passo
por pequeno que seja
acende uma luz nova no mundo.
Mário Margaride
Feliz fim de semana!
Beijos e abraços!

Questi versi esplorano, con delicatezza, la tensione tra conflitto e speranza, mostrando come, anche piccoli gesti, possano seminare la pace; un invito a riconoscere che, nonostante le contraddizioni, la via della convivenza si costruisce passo dopo passo.
ResponderEliminarBuona serata
Boa noite de paz, amigo Mário!
ResponderEliminarUm poema substancioso, cheio de mensagem profunda.
Que tenhamos mais sementes no coração do que guerras todas que não nos levam a lugar algum de bom tom.
Gostei muito.
Tenha um dezembro abençoado!
Abraços fraternos