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sexta-feira, 16 de julho de 2021

SILÊNCIO


Como é bom o silêncio

quando prefiro

estar a sós comigo

e me retiro

para o meu mundo interior

onde sozinho…

me aquieto

me abrigo

sem quaisquer defesas

nem pudor

me revelo

me revejo

me digo…

me desdigo.


Como é mau o silêncio

quando te chamo

e te peço que me ajudes

te reclamo

o apoio

o ombro

o abraço…

e com ar de embaraço

me desiludes

deixando-me um rasto de sargaço

sem vida

ressequido… 

como as tuas atitudes.


Mário Margaride 




quarta-feira, 14 de julho de 2021

IMAGEM NO PAPEL


Por mim passaram escolas de pintores

nas quais me inspirei imagens belas

pintei tão lindos quadros, lindas cores

mas limitei-me tão- só, a criar telas.


Na pedra dura que cede ao viril traço

do escultor que assim, tem tal visão

fica apenas um modelo, a escropo e maço

em que se supõe estar toda a minha, dimensão.


Na arte escrita, invento as palavras

umas feitas de aço, e outras de mel

mas são somente descrições frustradas

não passam de uma imagem...no papel.


Mário Margaride 


segunda-feira, 12 de julho de 2021

HÁ NO TEU CORPO


É fria a noite

é longa a madrugada

denso o silêncio 

pesada a solidão

de ferro a lua

de pedra, a escuridão... 

tu chegas

e é de seda a alvorada!


Há no teu corpo

um halo que me incendeia

uma luz que se insinua

e vem ao meu encontro

aqui, onde te imagino sempre nua.


O teu jeito de amante

é diamante lapidado

e contrastado

ao longo do tempo

por todos os olhares

que me precederam.


Mário Margaride 


sexta-feira, 9 de julho de 2021

CHÃO DA TUA MÃO


Como folha que vai dançando ao vento

e alongando a surpresa do chão que vai tocar

é assim a tua mão, em qualquer tempo

quando se faz a extensão do teu olhar.


Suspendendo em mim, qualquer certeza

alonga, intensifica tanto a surpresa

que não suporto a espera e quero voar

ir ao encontro da mão, e então trocar

o sentido ao movimento

e apressar o momento

em que serei o chão...

da tua mão.


Mário Margaride