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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

No ventre do teu mar sem fim

 


Gostava de te ter aqui 

Sentada no colo do vento

Onde o barulho não se ouve

E a dor não se sente

Gostava de estar aí

No ventre do teu mar sem fim

Mergulhar nas tuas ondas

E deixar-me flutuar

Ao sabor da maré

Que me levará ao infinito do tempo

Do tempo que o tempo

Nunca poderá alcançar.


Viajar através do sol

Que nasce no horizonte dos sonhos

No mar das ilusões

Onde as sereias cantam

Canções de embalar

Onde adormeço

Num sono sem fim

Onde um cavalo alado

Me levará

Até ao jardim verdejante

Onde unicórnios azuis

Galopam livremente

Em cavalgadas compassadas

Pelas planícies da esperança


Mário Margaride



segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Sou



Sou tempestade de areia

Que no deserto se agita

Sou a voz que não se ouve

Mas que fala, mas que grita.


Sou a voz da consciência

Que acorda moribundos

Sou a luz da minha sombra

Que brilha entre dois mundos.


Sou a outra parte de mim

Que há muito de mim fugiu

Sou o eu, que em mim habita

Que nunca de mim saiu.


Sou a árvore que renasce

Da raiz da minha morte

Sou a força da inércia

Que dá outro rumo ao norte.


Sou a dor que dói em mim

Sou a outra face da lua

Sou o cavaleiro andante

Que em seu cavalo, flutua.


Mário Margaride



sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Quando

 


Quando, sem haver prévias palavras

Se partilham as mesmas sensações

Se vivenciam semelhantes emoções

Mesmo que as vidas decorram separadas.


Basta um sorriso, um gesto ou um olhar

Para que haja, entre afins, entendimento

E comunguem do mesmo pensamento

Sem precisarem, sequer, de o formular.


E a maior evidência ocorre quando

Existe tanta e tal cumplicidade

Que agem em total conformidade

Como quem vive dançando o mesmo tango.


Mário Margaride




quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Não deixemos que impeçam

 

Nas escadas

Que temos que subir

Para chegarmos ao cimo

Ao cume

Há degraus que faltam

Que não existem

Que nos dificultam a subida.

Por vezes...

Nos desencorajam

Nos demovem

De continuarmos nessa subida

Nessa epopeia

De subirmos ao topo

Ao cimo da montanha.

Esses degraus que faltam

Que não existem

Não deixemos que impeçam

A nossa vontade

A nossa determinação!

De conquistarmos o topo

O teto

Da nossa felicidade.


Mário Margaride



segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Recordações

 

Fui alguém, que não dançando, dançou

E fui quem passou momentos tais...

No corpo e na alma tão reais...

É quem o som da música, em mim ficou.


Tantas canções ouvi, que me encantaram!

Muitas dancei, lindas demais...

Outras tristes, sofridas, sempre iguais

Que dentro dos meus ouvidos, lá ficaram.


Melodias, que no meu disco, gravei

No sótão das recordações, guardei

Canções que nas quais eu me revi...


Neste disco de memórias, intemporais

Que a música se propaga, nos anais

Nas danças que dancei...e que vivi...


Mário Margaride