No íntimo da mente humana
há voz que sussurra
serena e estranha
Não grita, não impõe
mas sabe falar
quando é hora de ir
quando é hora de parar
É bússola antiga
sem forma ou razão
que nasce no peito
não na instrução
Não segue o impulso
nem cede à paixão
é farol que clareia
e dá luz à escuridão
Ela pesa no sono
tira a paz do olhar
e mesmo em silêncio
se faz escutar
Quando o erro seduz
com brilho dourado
e o certo parece
caminho fechado
É no erro sentido
no acerto calado
que o humano descobre
o seu lado sagrado
Mas não é o saber
nem a força da mão
mas ouvir essa voz
nos acorda a razão
É juíza invisível
sem toga ou poder
mas dá ao covarde
força para vencer.
Mário Margaride