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sexta-feira, 18 de julho de 2025

IMPRONUNCIÁVEL

 

O Cutelo do dia

decapita e esconde

os verdadeiros nomes das coisas

que acorrentam e nos cercam

e tudo passa a ter um só nome

que se pressente

vertiginoso, impronunciável

 

E tudo se transforma

numa espécie de grande palco

onde todos representam

riem, choram, gritam

desfilam, transitam

no quotidiano das nossas vidas

 

Pensar ou não pensar

sentir, cair, levantar

silenciar o nome

não ousar sequer...

dizê-lo

porque é em si mesmo

impronunciável


Afinal...

toda a realidade é isto

dizer o nome da vida...

de outra forma.

 

Mário Margaride

Feliz fim de semana!

Beijos e abraços!

domingo, 13 de julho de 2025

A VERDADE DA MENTIRA

  

Na dança tênue dos olhares

num gesto falso de ternura

a mentira veste trajes claros

como quem fala com doçura

 

Não grita, não chega violenta

ela sussurra em tons de flor

mas por trás das meigas palavras

há um espinho que provoca a dor

 

Ela molda rostos

cria máscaras

modela amores

forja fé

e na mesa posta das palavras

é o pão seco com café

 

E no espelho da consciência

a verdade ainda tenta falar

mas o ser humano, na sua imprudência

prefere o silêncio, a confrontar.

 

Mário Margaride

10-07-2025


sexta-feira, 11 de julho de 2025

QUANDO O MEU SOPRO DE VIDA SE APAGAR

                     

             Quando o meu sopro de vida se apagar

não chorem

ergam vossas taças de alegria

cantem canções de esperança

cubram a tumba com meus versos

que ficarão para sempre na lembrança

 

Quando o meu sopro de vida se apagar

não quero lágrimas de dor

quero simplesmente que se lembrem

que tentei sempre a quem amo, dar amor.

 

Mário Margaride

09-07-2025

Feliz fim de semana!

Beijos e abraços!

domingo, 6 de julho de 2025

RUA DA LUXURIA ONDE MORA A INVEJA

 

Na calçada empedrada

da rua onde mora a luxúria

mora ao lado a inveja

onde o seu mesquinho

acutilante

e asqueroso olhar

observa com cobiça

corpos em desvario lascivo

onde a luxúria se impõem

 

Ah, inveja impiedosa

que mordes os lábios

ranges os dentes

dás murros no chão!

 

Descansa, megera asquerosa

podes ferver e rugir

na rua por onde tu passas

cuspindo inveja aos molhos

pois a gente que lá passa

tem de ti, tamanho nojo

que ninguém te presta atenção.

 

Mário Margaride


sexta-feira, 4 de julho de 2025

SILÊNCIO QUE GRITA

  

No canto escuro da alma calada

há um eco mudo que não quer cessar

um vazio frio, de estrada fechada

onde o tempo insiste em não passar

 

O riso alheio soa distante

como um sonho que não quis voltar

e a presença ausente é constante

como sombra que insiste em ficar

 

As palavras morrem na garganta

sem plateia, sem cena, sem voz

e o coração

mesmo quando canta

só repete um refrão sem nós

 

A solidão não pede licença

invade os dias, as noites, as horas

lenta e cruel

pinta o céu de cinza e ausência

e faz do abrigo um frio papel

 

Mas grita

ah, sim, ela grita

com silêncio que ninguém vê

e na alma

tão ferida e aflita

ela esconde

o que ninguém quer saber.

 

Mário Margaride

Feliz fim de semana!

Beijos e abraços!