Gostava que ouvisses as minhas palavras
Por vezes emagreço-as
Para que assim, as consigas ouvir melhor
Não as quero demasiado gordas
Quero-as esbeltas, delgadas
Para que entrem fácilmente
Dentro dos teus ouvidos.
Os ventos da incerteza
Da inquietação
Ainda costumam afugenta-las
Tempestades de insegurança
Por vezes as desviam
Dos teus ouvidos surdos
Atacados por otites de incompreensão
E infeções de insegurança
Não consegues escutar as outras vozes
Dentro da minha voz dorida.
Escuta as minhas palavras
Segue os seus passos
As suas súplicas
Apesar de não escutares as minhas palavras
Eu ouço as tuas, ouço as tuas.
Mário Margaride
Desenho de minha autoria