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domingo, 25 de abril de 2021

ABRIL


Abril...

Libertador das amarras da censura

Grito de raiva e de revolta!

Rostos sorridentes

Livres.

Porém...

Lenta e difícil democracia

Que tarda a chegar ao povo inteiro

Liberdade!

Existe com certeza

Mas falta confiança no futuro

Num país á deriva de si próprio.


Mário Margaride


sexta-feira, 23 de abril de 2021

OUTROS VENTOS


Quanta tristeza me invade o coração

Quanta amargura azeda a minha alma

Quanta melancolia me ofusca a emoção

Quanta raiva me invade, em vez de calma!


Quanto silêncio de raiva ficou mudo

Por não ter palavras para dizer

Faltam vogais consoantes falta tudo

Que na garganta a dor, teima em conter!


Neste pranto, nesta angústia, nesta dor

Navego eu perdido em alto Mar

Nas vagas à deriva, e a seu sabor

Sem vislumbrar um cais, onde aportar


Porém tento seguir outros caminhos

Outros rumos, outros ventos, outros mares

Viajarei em turbilhão sempre sozinho

Até que o vento me leve, a outros ares...


Mário Margaride 


quinta-feira, 22 de abril de 2021

O VAZIO


O vento...

Arrasta as folhas secas do chão

Onde tu estavas

Aquele lugar...

Ficou triste e melancólico

O Sol já não aquece

Esse lugar gelado

Deixado por ti

Na tua ausência...

Disperso-me

Já não penso

Divago em várias direções

Tudo é complexo, difuso

Não consigo raciocinar

Há um vazio asfixiante

Como se de repente...

Me retirassem os pulmões

Estou cansado

Extenuado

Deito-me no sofá...

E deixo-me adormecer

À noite...

O vazio de ti está lá

Na minha cama

Então aí...

Convenço-me

Que nada mais há a fazer

Acabou.


Mário Margaride

Abril-2007




segunda-feira, 19 de abril de 2021

SEREI

 

Serei a tu fonte, de inspiração

Neste vazio cinzento em que te encontras

Serei a alma, a essência, a emoção

Neste mundo de tristezas, e de afrontas.


Serei a tua força, a tua coragem

Que dentro de ti, desapareceu

A luz que te orienta, na viagem

Nesta estrada tortuosa, em apogeu.


Te guiarei no escuro, para não teres medo

Caminharemos juntos, nesse caminho

Derrubarei os muros, do teu degredo

Para voares livre, tal qual, um passarinho.


Serei o rumo, e o teu destino

Que nesta encruzilhada, percorremos

Serei a chuva, o Sol, e o desatino

Que nesta viagem de sonho, escolhemos.


Mário Margaride