Os sonhos
AS PALAVRAS SÃO A ESSÊNCIA DA POESIA. ELAS SÃO O CORPO, A ALMA...E A SUA VOZ. SEJAM BEM-VINDOS!
segunda-feira, 1 de dezembro de 2025
sexta-feira, 28 de novembro de 2025
SENTIRES
Nas veredas escuras, incolores
onde a dor se ouve sem se ouvir
os passos são silêncios que não gritam
na penumbra onde sussurram as vozes
que escondem os lamentos que não falam
Correm águas pestilentas pelo chão
o cheiro nauseabundo se instala
pintando de tons cinzentos a ironia
daqueles que sofrem em silêncio
nas veredas onde mora a frustração.
Mário Margaride
27-11-2025
segunda-feira, 24 de novembro de 2025
O OUTRO LADO DE MIM
Sentei-me...
no outro lado de mim
o outro lado
onde não costumamos olhar
não ligamos importância
passa ao lado de nós
como se não existisse
como se fôssemos apenas um…
Mas esse lado
o outro lado de nós
é aí que reside
toda a nossa essência
toda a consciência de nós
Que nos faz refletir
nas nossas interrogações
nas nossas duvidas
nas nossas inquietações
em toda a nossa caminhada
em todo o nosso percurso
neste universo complexo
na nossa efémera existência
Hoje sentei-me
no outro lado de mim.
Mário Margaride
sexta-feira, 21 de novembro de 2025
O ESPELHO DA INVEJA
Quando o sucesso do outro brilha
e reflete no peito uma sombra estranha
causando uma sensação tamanha
que às vezes fere mais do que ilumina
A inveja nasce miúda
como um grão de areia no sapato da alma
que cresce e floresce se não vigiamos
transformando o nosso olhar em peso
e o coração em enorme frustração
Esquecemos o nosso tempo
o ritmo secreto das nossas flores
e passamos a medir a nossa vida
com a régua que não nos serve
E assim ficamos mais pobres
não porque o outro venceu
mas porque deixamos de ver
o que tínhamos em nós para singrar
Até que um dia percebemos
que a luz deles não apaga a nossa
a não ser que a deixemos morrer dentro de nós
por não sabermos esperar.
Mário Margaride
Beijos e abraços!
domingo, 16 de novembro de 2025
CAMINHOS DA LIBERDADE
A liberdade
nasce em silêncio
num sopro tímido, quase arisco
como quem teme ser descoberta
pelos guardiões das masmorras
Abre trilhos em terreno incerto
ferindo os pés de quem ousa segui-la
e cada curva que circunda
ensina que avançar
é um verbo cheio de vertigens
Não há mapa para o que ela exige
há só restos de bússolas partidas
e o brilho breve de estrelas
que mudam de lugar
quando ousamos confiar demais
Sustentá-la é trabalho de artesão
uma costura feita à luz fraca
com linhas que se rompem
a cada instante
nesta caminhada difícil e frágil
Pois ser livre é segurar o vento
sem tentar prendê-lo
e mesmo assim não soltá-lo
quando sopra contra nós
E quem caminha por ela, descobre
que a liberdade não é a chegada
mas a constante reconstrução
da coragem de continuar.
Mário Margaride
15-11-2025



