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domingo, 27 de abril de 2025

ESTA CHUVA

 

Esta chuva

que molha o meu rosto

me encharca as entranhas

afoga as minhas mágoas

 

Este rio imenso

correndo apressado

a caminho do mar

 

Este corpo suado

por um sol tórrido

de uma longa travessia

neste deserto escaldante

 

Esta água

que a terra abrigou

que este sol ardente evaporou

e em chuva voltou

 

Estas lágrimas de dor

estes olhos cansados

de euforia, de tristeza, de riso

 

De tantas nuvens

me inunda esta chuva

esta água que corre

que molha o meu rosto

inunda a minha alma

me encharca o coração

 

Nesta longa viagem

sem ter descanso ou paragem

desagua neste mar…de frustração.

 

Mário Margaride

03-04-2010


quinta-feira, 24 de abril de 2025

ABRIL DE ESPERANÇA


Em Abril nascia a esperança

a liberdade pairava no ar

as nuvens negras desapareciam do céu

e o sol começava a brilhar

 

Novos ventos sopraram de esperança

onde as folhas se libertaram no ar

cravos vermelhos se agitaram em uníssono

novos tempos estavam pra chegar

 

A Liberdade chegou finalmente

janelas se abrem de par em par

para o sol finalmente sorrir

e a ditadura por fim terminar

 

Neste tempo que agora vivemos

onde trilhamos vários caminhos

há liberdade, democracia, e paz

nesta terra que juntos construímos

 

Apesar dos ventos mudarem

há nuvens que surgem no ar

um aviso que alguma tempestade

nos atinja e nos possa derrubar

 

De mãos dadas avancemos sem medo

para a liberdade e a democracia preservar

da ditadura que no passado, nos tolheu

e pode um dia, quem sabe...voltar!

 

Mário Margaride

Bom fim de semana!
Beijos e abraços!

VIVA O 25 DE ABRIL!

               VIVA A LIBERDADE!


domingo, 20 de abril de 2025

MINHA ALMA


Não sei onde está a minha alma!

saiu do meu corpo

desligou-se de mim…

 

Procurei-a nas vielas sombrias

nas montanhas íngremes da agonia

nos muros da inquietação

 

Perguntei se a tinham visto

me disseram que sim

que estivera lá

mas saiu apressada

para afogar as lágrimas

no mar da frustração

 

Corri ao encontro dela

tentei a todo o custo encontra-la

mergulhei nas águas geladas

do rio do desespero

mas em vão…

não consegui encontra-la

 

Desolado, voltei para casa

e cai na cama…

completamente arrasado

não conseguia adormecer

apesar do cansaço

que me consumia o corpo

não parava de pensar e me interrogar

por onde andaria a minha alma?

porque fugiu de mim?

ao fim de muitas e muitas horas

adormeci

e sonhei com ela

com a minha alma

 

Então nesse sonho

falou comigo, e me disse

porque fugiu de mim

porque abandonou o meu corpo

 

Disse-me então a minha alma:

sabes? estava cansada de viver triste

num corpo magoado, desiludido

destroçado

decidi então, fazer uma viagem

conhecer novos caminhos

novos estímulos

trazer comigo força

energia, determinação, coragem...

e acima de tudo

muita paz e amor

 

Agora, rejuvenescida

volto para casa

para que não mais

este corpo que me sustenta

fique triste, magoado, desiludido

e volte de novo a sorrir...

e ser feliz.

 

Mário Margaride


quinta-feira, 17 de abril de 2025

HOJE AS PALAVRAS CANSARAM

 

Hoje as palavras cansaram

não lhes apetece falar

não querem repetir o que disseram ontem

 

A epidemia da surdez

obstruiu os tímpanos do mundo

a surdez é tão grande, tão grande

que as palavras se cansaram

de não serem ouvidas

de serem ignoradas

de serem deitadas ao lixo

de serem maltratadas!

 

Por isso

hoje as palavras não querem falar

amanhã, quem sabe!

o mundo desentupa os ouvidos

e as palavras…

voltem de novo a falar.

 

Mário Margaride


Bom fim de se semana, e Feliz Páscoa!

Beijos e abraços!

domingo, 13 de abril de 2025

GRITOS SILENCIOSOS

 

Junto ao rio da indiferença

onde mergulha a desilusão

estava deitada a quimera

ao pé da inquietação

 

Junto ao vale do infortúnio

sentada em pose de musa

estava a tristeza, coitada!

sozinha, muito confusa

 

Ao lado, estava o lamento

trazendo o amor que fenece

de olhos semicerrados

pousando os braços cansados

sobre os joelhos em prece

 

Por fim, lá estava a agonia

com a alma a sangrar

deitada sobre um manto

sufocada em mudo pranto

sem vontade de chorar…

 

Mário Margaride