Vesti a pele de outras peles
nem sempre com o tamanho certo
devorei ervas daninhas
no chão quente do deserto
Andei aqui e ali
cantei canções de embalar
andei no chão sem ter chão
sem as pernas para andar
Fui vendedor de ironias
conheci mundos escuros
andei por vielas sombrias
em equilíbrio nos muros
Morri, renasci, acordei
percorri rios sem água
sem caudal mergulhar
mergulhei na minha mágoa
Neste percurso assimétrico
onde os passos não andavam
fiquei parado nos sonhos
naqueles que não sonhavam.
Mário Margaride
04-06-2025
Beijos e abraços!