Nas profundezas da alma humana
a guerra deixa marcas indeléveis
cada explosão, cada grito, cada lágrima derramada
é um eco de dor que ressoa eternamente.
As cidades, outrora vibrantes e cheias de vida
transformam-se em ruínas silenciosas
testemunhas mudas da destruição.
Os corações dos sobreviventes
carregam o peso insuportável da perda
famílias desfeitas, sonhos despedaçados
esperanças enterradas sob os escombros.
A guerra não discrimina
ela rouba a inocência das crianças
a vitalidade dos jovens e a sabedoria dos anciãos.
No campo de batalha, a humanidade se perde
o soldado, antes um filho, um irmão, um amigo
torna-se uma máquina de sobrevivência
lutando contra inimigos invisíveis e medos abomináveis.
A compaixão é sufocada pelo instinto de sobrevivência
e a moralidade é distorcida pela necessidade de vencer.
Mas a guerra não termina quando os tiros cessam
As cicatrizes invisíveis permanecem
assombrando os sonhos
perturbando a paz interior.
O trauma se infiltra nas mentes
transformando a vida quotidiana
num campo minado de memórias dolorosas.
E, no entanto, no meio da escuridão
há uma chama de resiliência
a humanidade, apesar de tudo
encontra maneiras de se reconstruir
de curar, de perdoar.
A guerra pode destruir
mas não pode extinguir a capacidade humana de amar
de sonhar e de recomeçar.
Mário Margaride
10-10-2024
Feliz fim de semana!