Tenho em mim a dor que me corrói
sei também o nome desse mal
"doença" que carrego há muito e dói
que me há-de matar qual animal.
Fui amor e desencanto, ao mesmo tempo
fui onda gigantesca em alto Mar
porém não resisti, perdi alento
hoje sou réstia de mim, sempre a penar.
Fui árvore pujante e vigorosa
hoje toro velho e carcomido
já não tendo o vigor que tinha outrora
estando hoje a um velho tronco, resumido.
Com esta dor tamanha que suporto
porém não vou morrer de desalento
voarei por esse mundo mesmo torto
buscando dentro dele, outro alento!...
Mário Margaride