Dói-me pensar
dói-me a mão com que escrevo
a palavra que ontem disse
e a que ficou por dizer
dói-me o mundo.
Há dias que parecem espaços preparados
para que tudo doa
hoje dói-me.
Dói-me a tristeza
dói-me a dor que não vai passar.
Dói-me a solidão do mundo
onde o amor não vai chegar.
Dói-me ver a tirania
onde a ganância impera
dói-me a morte a cada esquina
dói-me o mundo...
desta era.
Mário Margaride
02-03-2022
Deixo aqui a minha homenagem ao povo ucraniano, pela sua coragem e determinação, para defender a independência e a liberdade, contra a invasão bárbara, por parte da Rússia, do ditador Putin!
HINO À LIBERDADE!
Soam trovões na noite escura
não de chuva, mau tempo
ou tempestade
são canhões, que cospem fogo
impiedosos
matando, tirando ao povo
a liberdade.
Na sua ânsia louca do poder
ignora o sofrimento
e a dor
de um povo inocente
que quer paz
e um tirano os inunda
com terror.
Que o mundo não esqueça
o ditador
que se arroga no direito
de invadir
um país que apenas quer ser livre
soberano, independente
para sorrir...
O sangue derramado
de um povo
que não quer a tirania
no poder
quer lutar
defender a liberdade
nem que tenha para isso...
que morrer!
Mário Margaride
É preciso reinventar o amor
que vá para além do amor
sem vínculo
limite ou contrato
que não se subjugue
a jogos desleais
do amar sem amar.
Amor sincero
autêntico, leal
que não pense sequer...
numa desleal partida.
Amor para estar juntos
no universo do amar.
Amor sempre presente
no abrir dos olhos...
e para os fechar.
Mário Margaride
Beijos e abraços!
Caminho só...
envolto no silêncio
das palavras fustigadas
pelos ventos agrestes
da minha solidão...
Afogo nas ondas do desatino
as lágrimas de saudades
que caem no peito
como palavras não ditas...
O amor se esfumou
nas sombras silenciosas da noite...
Neste silêncio dorido
sonho-me...
no paraíso dos teus braços
ouvindo o meu coração vibrar
neste ilusório sonho
onde a luz do teu olhar...
ilumina os meus passos
desta inquietante solidão.
Caminho só...
na estrada deserta...
da minha desilusão.
Mário Margaride
O meu olhar se esconde de mim
para me olhar na penumbra
e me despertar do silêncio.
As minhas recordações
se escondem no vazio
para que eu as descubra
nos escombros da memória.
E as coisas passam por mim
como se eu, fosse uma nuvem
que traz em si, a chuva que lhes falta.
Será que o tempo que passa a correr
também espera por mim?
Será que tudo que vemos, é real
ou apenas mera ilusão que nos confunde?
Ou será que afinal
vivemos numa utópica ilusão
com os braços abertos para nos enganar?
Será!?
Mário Margaride
20-02-2022
