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segunda-feira, 8 de novembro de 2021

NÃO SE PODE ESCREVER, SEM AS PALAVRAS


Não se pode escrever, sem as palavras

quando elas, são em si, a sua essência

descrevendo as tristezas, e alegrias 

o amor, a desilusão, a decadência. 


Não se pode escrever, sem as palavras

sejam reais, de ilusão, ou fantasia

são elas, a essência, a razão

que nos enchem o coração, de alegria. 


Não se pode escrever, sem as palavras

que dão o brilho, a frescura, e a magia 

são elas, as palavras, que traduzem

tudo quanto a nossa vida...é fugidia.


Não se pode escrever, sem as palavras

quando em si têm a justiça, e a razão 

são elas, as palavras, que nos dizem 

e nos falam docemente...ao coração. 



Não se pode escrever, sem as palavras... 


Mário Margaride

07-11-2021


sexta-feira, 5 de novembro de 2021

À ESPREITA


Perfilam-se em frente

onde os tachos os chamam

não se interessam por nós

só o poleiro clamam.


Aos berros aos "murros" 

sem mais para dizer 

apenas se interessam

ao trono aceder.


Cuidado com a pressa

de o tacho apanharem

ainda caem de queixos

sem nada levarem.


Quais cães danados

sem açaime nos dentes

à espreita esperam

pelas presas dormentes.


Esmiúçam entre eles

um fingido ódio 

numa luta intestina

para subir ao pódio.


Mário Margaride

05-11-2021

                                          Feliz fim de semana!

                                             Beijos e abraços! 

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

BREVE ACASO


Observei o seu olhar 

me olhando de uma forma provocante 

enquanto caminhava apressada

como se tivesse ouvido 

um chamado qualquer. 


Naquele instante...

senti um enorme impulso

uma vontade inesplicável 

de me aproximar, e lhe falar 

mas faltou-me a coragem. 


Naquele breve acaso 

em que a vi

não fui capaz 

de lhe dirigir qualquer palavra 

fiquei ali, mudo, quieto 

sem conseguir reagir. 


Fiquei a pensar... 

no porquê

de naquele momento 

que a vi passar, e me olhando 

de uma forma provocante 

não conseguir dizer nada

enquanto dentro de mim...

ouvia uma voz dizer-me: vai falar com ela 

Não é o que desejas? 

Mas...

não tive coragem, não fui capaz. 


Talvez um dia

um dia qualquer 

a volte a encontrar 

e aí, nessa altura 

talvez ganhe essa coragem

para finalmente lhe falar...


Mário Margaride 

02-11-2021





domingo, 31 de outubro de 2021

LÁ FORA A CHUVA CAI


Lá fora a chuva cai

os ventos sopram de rajada

arrastando consigo a tempestade

neste pedaço de terra

onde a cobiça impera

em intenso desvario.  


Velhos sinais

emergem no horizonte da incerteza

onde a ganância se perfila

pelo que resta dos despojos

num rodopio sem fim.


Lá fora a chuva cai 

e os ventos...

continuam a soprar

não se sabe a direção 

apenas sabemos

que os Lobos

continuam a uivar.


Mário Margaride

31-10-2021


quinta-feira, 28 de outubro de 2021

PORQUÊ O BARULHO?


Para quê o silêncio?

Para quê falar?

Se as palavras não forem corrosivas

se o barulho não nos fizer acordar.


Para quê o barulho?

Para quê a revolta?

Se o barulho se mantém silenciado

se nos revoltarmos

sem nos revoltar. 


Para quê o barulho?

Para quê falar?

Se o barulho do silêncio ficar mudo

se o barulho das palavras...

se calar. 


Para quê o barulho? 

Para quê lutar? 

Se os corpos feridos na luta

as feridas não podem curar. 


Para quê o barulho? 

Para quê continuar? 

Se os abutres pairam sobre nós

esperando os despojos...

devorar. 


Para quê o barulho? 

Para quê gritar? 


Mário Margaride 




Feliz fim de semana! 

Beijos e abraços!