No canto escuro da alma calada
há um eco mudo que não quer cessar
um vazio frio, de estrada fechada
onde o tempo insiste em não passar
O riso alheio soa distante
como um sonho que não quis voltar
e a presença ausente é constante
como sombra que insiste em ficar
As palavras morrem na garganta
sem plateia, sem cena, sem voz
e o coração
mesmo quando canta
só repete um refrão sem nós
A solidão não pede licença
invade os dias, as noites, as horas
lenta e cruel
pinta o céu de cinza e ausência
e faz do abrigo um frio papel
Mas grita
ah, sim, ela grita
com silêncio que ninguém vê
e na alma
tão ferida e aflita
ela esconde
o que ninguém quer saber.
Mário Margaride
Beijos e abraços!