TODOS OS TEXTOS AQUI POSTADOS TÊM DIREITOS DE AUTOR. É EXPRESSAMENTE PROIBIDO COPIAR OU COLAR QUALQUER TEXTO AQUI EXPOSTO SEM O CONSENTIMENTO DO AUTOR.

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

SÃO COMO VÉUS DE ALGODÃO CINZENTO


O sol desperta em brilhante beleza

dourando o céu com seu clarão

mas vêm as nuvens, com leveza

trazendo sombras e um apagão

 

São como véus de algodão cinzento

que dançam lentos, sem rancor

e num silêncio macio e lento

apagam brilhos, abafam o calor

 

mas por trás do escuro

o sol descansa sem rancor

ele sabe que o tempo, calmo e puro

desfaz a sombra com ardor

 

Então

se o céu nublado engana

com sua capa de ilusão

o sol, por mais que calor que emana

também descansa em mansidão.

 

Mário Margaride

16-07-2025


sexta-feira, 8 de agosto de 2025

A FORÇA QUE NÃO SABEMOS QUE EXISTE EM NÓS


 Há um lume em silêncio

a brasa calada
que arde escondida
uma força que dorme

mas nunca apagada

Não sabemos da intensidade do fôlego

até que nos falte o ar
nem do grito que sufoca

até que o peito transborde

 

Somos mais do que dor

mais que medo e cansaço
há coragem que nasce no meio da estrada

Um passo sem chão

um salto sem laço
e a vontade que cresce

mesmo machucada

 

Desconhecemos o quanto aguentamos
até que o tempo nos ponha à prova

 

E é aí

nesse abismo onde nos encontramos
que a alma nos mostra

e que a força se renova

 

Ali vive escondido o querer
a verdade mais pura

a força intrínseca

do nosso viver.

 

Mário Margaride

05-08-2025

Bom fim de semana!

Beijos e abraços!

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

VOU ESPREITAR O PÔR DO SOL


 Não me interessa pensar muito no amanhã

esse eterno desconhecido que muito se fala

e ninguém conhece

prefiro concentrar-me no hoje

e desfrutar das suas cores brilhantes

em todo o seu esplendor

 

esse desconhecido personagem

que é uma incerteza

uma incógnita

um tiro no escuro

não vale a pena pensar nele

 

Nesta escada da vida

onde o caminho percorrido já foi longo

não interessa muito esse misterioso amanhã

envolto em neblina e sem traçado definido

 

Por isso, hoje

vou espreitar o pôr do sol

a desaparecer suavemente

para lá do horizonte...

 

Mário Margaride




sexta-feira, 1 de agosto de 2025

ENTRE O QUE SABE E O QUE SE SENTE

 

Nasce o ser humano sem nome

com os olhos cheios de mundo

antes mesmo de entender a luz

 

Tudo é vasto, tudo é possível

o vento na pele parece uma linguagem

escrita como versos, no sentir

 

A inocência não é ignorância

é confiança no colo que embala

na palavra que não se entende mas acolhe

na promessa do dia seguinte

 

Mas aos poucos as perguntas brotam

e os porquês sopram como o vento

 

Porque é que o tempo corre?

Porque há silêncio onde antes havia voz?

Porque é que o céu muda sem nos pedir licença?

 

Crescer é duvidar

e duvidar é uma forma de amar mais fundo

 

Questionar o sentido das coisas

é tentar tocá-las por dentro

esventrar suas origens

 

Há dias em que a dúvida pesa como pedra

e outros em que ela flutua como uma folha na água

curiosa, leve, sem pressa de resposta

 

E talvez a beleza do ser humano esteja nisso

entre um gesto puro e um pensamento turvo

que segue o seu caminho, errando

sempre à procura de algo

que nem sabe nomear.

 

Mário Margaride

Feliz fim de semana!

Beijos e abraços!

domingo, 27 de julho de 2025

A VOZ DO SILÊNCIO


 No íntimo da mente humana

há voz que sussurra

serena e estranha

 

Não grita, não impõe

mas sabe falar

quando é hora de ir

quando é hora de parar

 

É bússola antiga

sem forma ou razão

que nasce no peito

não na instrução

 

Não segue o impulso

nem cede à paixão

é farol que clareia

e dá luz à escuridão

 

Ela pesa no sono

tira a paz do olhar

e mesmo em silêncio

se faz escutar

 

Quando o erro seduz

com brilho dourado

e o certo parece

caminho fechado

 

É no erro sentido

no acerto calado

que o humano descobre

o seu lado sagrado

 

Mas não é o saber

nem a força da mão

mas ouvir essa voz

nos acorda a razão

 

É juíza invisível

sem toga ou poder

mas dá ao covarde

força para vencer.

 

Mário Margaride