No âmago da cidade
nas esquinas sombrias
erguem-se vozes cansadas
clamando por justiça.
O vento sussura
escrito nas margens do exílio
com tinta de saudade
desterrado e ferido
tece versos que ecoam
nas veias da liberdade.
Homem comum
carne e memória entrelaçados
anda pelas ruas
testemunha do tempo e da história
ele sou eu, e somos todos
feitos de coisas lembradas e esquecidas
dentro do baú das memórias.
Uma parte de nós é multidão
outra, solidão
somos o delírio da vertigem
o peso da ponderação
navegando entre o concreto e o abstrato
em busca da razão.
E nessa busca incessante
nos tornamos universo
imenso e constante.
A poesia
a nossa arma contra a opressão
a inquietação que nos move
o grito que não cessa!
Mário Margaride
23-04-2024
Feliz fim de semana, amigos/amigas!