Soltam-se os risos das charadas
onde os lobos uivam e farejam
no chão se alimentam os abutres
nos despojos dos corpos que sobejam.
Não secam as ervas daninhas
que na terra crescem aos montões
infestando o ar que respiramos
em tudo e em todas as direções.
São risos de despeito e de desprezo
que espelham os sons que nos enojam
na terra se espalham os despojos
dos corpos daqueles que se arrojam.
Nascem prados verdes que escurecem
no chão vestido de arrogância
onde o sol que se envergonha de existir
na terra onde é regada a intolerância.
Mário Margaride
09-07-2023