Desci ao inferno de Dante
andei pelas catacumbas
sem perder a esperança
dançando tangos e rumbas...
No silêncio do sentir
abri as portas ao amor
desci as escarpas da vida
sepultei toda esta dor.
Por fim, sentei-me na berma
onde o sol já espreitava
com o seu sorriso aberto
e com os braços me abraçava.
Nesta viajem segui
contornando os obstáculos
fui derrubando barreiras
eliminando os tentáculos.
Aqui chegado escutei
todas as vozes e sons
dançando ao sabor da vida
que nem sempre tem bons tons.
Nesta longa travessia
por entre montes e vales
nestas loucas correrias
lá fui sarado os meus males...
Mário Margaride
04-07-2022