O Cutelo do dia
decapita e esconde
os verdadeiros nomes das coisas
que acorrentam e nos cercam
e tudo passa a ter um só nome
que se pressente
vertiginoso, impronunciável.
E tudo se transforma
numa espécie de grande palco
onde todos representam
riem, choram, gritam
desfilam, transitam
no quotidiano das nossas vidas.
Pensar ou não pensar
sentir, cair, levantar
silenciar o nome
não ousar sequer...
dizê-lo
porque é em si mesmo
impronunciável
Afinal...
toda a realidade é isto
dizer o nome da vida...
de outra forma.
Mário Margaride
20-05-2022
Feliz fim de semana!Beijos e abraços!