Sigo os teus passos
silenciosos
através das areias
do deserto
por onde caminhas
sem destino
sem saberes se estás longe
ou se estás perto.
E assim viajas tu
ó caminheiro
sem destino pelas ruas
ao relento
gostaria de saber
ó caminheiro
o que está a atormentar
teu pensamento.
Caminhas cabisbaixo
em passo lento
como se o tempo para ti
não interessasse
vagueias vagabundo
e alheado
não olhas para trás
um só momento.
Reage, ó caminheiro
não desistas
a vida é mesmo assim
tem amarguras
agarra a mão amiga
que se estende
desiste de fazer
essas loucuras.
O sol há-de nascer
tem esperança
que a vida é um labirinto
traiçoeiro
caminha em direção
à esperança
que ela te guiará...
ó caminheiro.
Mário Margaride
25-04-2022