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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Com palavras

 

Com palavras, vou criando o que não faço

Outras vezes, enuncio o que faria

Se, p'ra estar junto de ti, bastasse um passo

E esquecer, logo depois, bastasse um dia.


Com palavras, vou esculpindo a tua imagem

Que coloco no altar da tua ausência

Porque, mais do que um desejo, uma miragem

Um aroma ou um perfume... eu busco a essência!


Com palavras, enfeito a solidão

A que a minha utopia me condena

Mas, nesta 'pena', dito a pena e a prisão

Por isso a cumpro, infeliz, vil quarentena.


Com palavras, afugento nostalgias

Que por vezes, me assaltam como vagas

Que ameaçam varrer sonhos, fantasias...

Que seria de mim, só, sem as palavras?


Mário Margaride



sábado, 9 de janeiro de 2021

Páginas

Este livro, estas folhas, estas páginas

De traço carregado, assim escritas

Nelas estão contidas, dor e lágrimas

Que minhas mãos deixaram, bem descritas


Estas páginas deste livro que escrevo

De ilusões, fantasias, sofrimentos...

Desfolharei uma a uma, como a um trevo

Que de sorte, nada teve, só tormentos


Estas páginas de dor e amargura

Lavrado com a mais pura frustração

São páginas nas quais, de alma pura

Espelha a dor que sai...do coração.


Se um dia, noutro tempo, noutra hora

Uma página colorida escreva então...

Talvez possa pintar a minha aurora

Com cores de primavera, porque não!


Mário Margaride



quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Textura

A tua pele, veludo

Teus lábios, sabor a Mel

Os teus seios, que candura...

Tuas coxas, seda pura

Teu corpo... Alado Corcel

O teu ventre...a textura

Onde adoço com ternura

O amargo, do meu fel.


Mário Margaride




sábado, 2 de janeiro de 2021

Sinais

Olho para dentro de mim

Agora, neste momento

Não sei se existe euforia

Ou se incerteza, por dentro


É um passo, onde o compasso

Não se sente, não se vê

Não sei o que vem agora

Nem o como, nem porquê


São sinais que não consigo

Decifrar o que eles dizem

Por vezes são tão difusos

Assimétricos, confusos

Que não sei o que predizem


Talvez me queiram dizer

O que não quero ouvir

Porque os sinais, o que trazem

Podem não fazer...sorrir!


Mário Margaride